segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NAS GARRAS DA GRAÇA-DE MAX LUCADO



10. O Privilégio dos Indigentes

Romanos 5.6-8


“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Romanos 5.8

Advertência: O conteúdo deste capítulo é pró­prio para abrir o apetite. Você pode querer lê-lo na cozinha.
Minha primeira colocação ministerial foi em Miami, Flórida. Em nossa congregação tínhamos mais que a nossa quota de senhoras sulistas, que adoravam cozinhar. Eu me encaixava perfeitamen­te, pois era um rapaz solteiro, que adorava co­mer. A igreja era adepta dos jantares triviais de domingo à noite, e a cada três meses, eles feste­javam.
Em algumas igrejas, os jantares “triviais” fazem jus ao nome. As cozinheiras rapam a panela, e você tenta a sorte. Não assim com essa igreja. Nossos “triviais” eram um grande evento. Os ar­mazéns da região pediam-nos que os avisássemos com antecedência, para que pudessem suprir suas prateleiras. Livros de receitas eram vendidos aos montes. Para as mulheres, era uma refeição extra-oficial; para os homens, uma descarada comilança.
Para mim, era ótimo, uma verdadeira cornucópia. Suculentos pre­suntos em calda de abacaxi, feijões especiais, picles condimentados, tortas de nozes-pecãs... (Opa, já estou babando no teclado do compu­tador). Já se perguntou por que há tantos pregadores robustos? Você entra no ministério para ter refeições como essas.
Como um solteiro, eu contava com os “jantares triviais” para minha estratégia de sobrevivência. Enquanto os outros planejavam o que co­zinhar, eu estudava a técnica de armazenagem dos camelos. Sabendo que deveria levar alguma coisa, eu atacava as prateleiras de minha co­zinha no domingo à tarde. O resultado era deplorável: uma vez levei meio pote amendoim; outra vez fiz meia dúzia de sanduíches de ge-léia. Uma de minhas melhores oferendas foi um saco fechado de bata­ta frita. Outra, um pouco mais magra, foi uma lata de sopa de tomates, também fechada.
Não era muito, mas ninguém nunca reclamou. De fato, o modo como agiam aquelas senhora o faria pensar que eu tinha levado o peru de ação de graças, filas recebiam meu pote de amendoim e o coloca­vam sobre a longa mesa, com os outros alimentos. Davam-me um pra­to e incentivavam:
— Vá em frente, Max. Não se acanhe. Encha o prato. E eu ia! Purê de batatas. Molho. Rosbife. Frango frito. Eu pegava um pouco de cada coisa, menos o amendoim.
Eu chegava como um indigente, e comia como um rei! Embora Paulo nunca tenha ido a um “trivial”, ele teria adorado o simbolismo. Ele diria que Cristo fez por nós precisamente o que aque­las senhoras faziam por mim. Ele recebeu-nos em sua mesa em virtude de seu amor e de nossa petição. Não são as nossas oferendas que nos garantem um lugar no banquete; na verdade, qualquer coisa que leve­mos parecerá insignificante em sua mesa.
A admissão de nossa fome é a única exigência, pois, “Bem-aventu­rados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5.6). Nossa fome, então, não é um anseio a ser evitado, mas antes, um bem-vindo desejo a ser atendido. Nossas fraquezas não são para se­rem rejeitadas, mas confessadas. Note sé não é este o âmago das pala­vras de Paulo, quando escreve: “De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem bom talvez alguém te­nha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós pelo fato de Cristo ter morrido em nosso favor quando ainda éramos peca­dores.” (Rm 5.6-8 NVI).

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NADA DE PALAVRÕES E OFENSAS

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