quinta-feira, 24 de maio de 2012
A CASA DO FERREIRO
Na loja de um ferreiro existem três tipos de ferramentas. Na pilha de lixo existem ferramentas: ultrapassadas, quebradas, sem corte, enferrujadas. Elas são colocadas num canto, cobertas por teias de aranha, sem uso para o seu mestre e suas utilidades são esquecidas. Na bigorna existem ferramentas: derretidas, fundidas, moldáveis, alteráveis. Elas ficam na bigorna, sendo modeladas pelo seu mestre, aceitando seu desígnio. Existem ferramentas de muita utilidade: afiadas, preparadas, definidas, movíveis. Elas ficam prontas na caixa de ferramentas do ferreiro, disponíveis para o seu mestre, cumprindo seu desígnio. Algumas pessoas ficam sem uso: vidas quebradas, desperdiçando talentos, fogo apagado, sonhos destruídos. Elas são rendidas como os fragmentos do ferro, em desesperada necessidade de reparos, sem noção de propósito. Outras ficam na bigorna: corações abertos, famintos para mudar, ferimentos sendo curados, visões tornando-se claras. Elas dão boas-vindas às dolorosas pancadas do martelo do ferreiro, desejando serem refeitas, suplicando para serem utilizadas. Outras repousam nas mãos do seu mestre: bem sintonizadas, determinadas, polidas, produtivas. Elas respondem de antemão ao seu Mestre, sem pedir nada, entregando tudo. Todos nós nos encontramos em algum lugar da loja do ferreiro. Ou nós estamos na pilha (monte) de fragmentos, ou na bigorna das mãos do Mestre, ou na caixa de ferramentas. (Alguns de nós nos encontramos nos três lugares). Se nós examinarmos todas as ferramentas e olharmos em todos os cantos, desde as prateleiras até a bancada de trabalho; desde a água até o fogo... E eu tenho certeza de que você se verá em algum lugar. Nós descobriremos o que Paulo quis dizer quando ele falou de se tornar “um instrumento para nobres propósitos. E que se tornar é isto: a pilha de lixo de ferramentas quebradas, a bigorna de refundição , as mãos do Mestre – esta é uma viagem simultaneamente prazerosa e dolorosa.
Texto de Max Lucado
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NADA DE PALAVRÕES E OFENSAS